Tem se sentido entediado?
- Cibele Nardi
- 28 de jan.
- 1 min de leitura

Quando foi a última vez que você ficou entediado? Sem celular, sem TV, sem nada para fazer. Se a resposta é “não lembro”, você não está sozinho. Tem se sentido entediado?
O tédio, uma sensação comum diante da monotonia, hoje parece rara, apagada pelos estímulos infinitos ao nosso alcance principalmente pelo celular.
Mas será que estamos ganhando algo ao evitar o tédio?
Na realidade, o tédio é mais que um incômodo: ele é um mecanismo para impulsionar a busca por experiências mais significativas, ajudando as pessoas a sair de situações desinteressantes ou insatisfatórias.
É nas pausas, nos momentos vazios, que a mente começa a vagar — e, nesse vagar, criamos, refletimos e encontramos respostas. Grandes ideias surgem nesses momentos, e até o desconforto que evitamos pode nos ensinar algo.
Quando evitamos esses momentos, muitas vezes também eliminamos a oportunidade de estarmos presentes. Fugimos de nós mesmos, preenchendo cada segundo com algo que serve apenas para passar o tempo. E, ao fazer isso, perdemos o espaço necessário para pensar, sentir e criar. Ou simplesmente fazer nada.
Talvez esteja na hora de reavaliarmos nossa relação com esses momentos. Em vez de vê-los como um problema, que tal aceitá-los como um convite? Um convite para para nos reconectar com o que está dentro de nós.
No vazio entediante, há potencial. Há ideias, há alívio, há autodescoberta. Na próxima vez que sentir o impulso de pegar o celular no primeiro sinal de vazio, resista. Permita-se parar, sentir e, quem sabe, encontrar algo que você nem sabia que procurava.
Lidar com o tédio é um exercício de presença.